3 Passos para Lidar com a necessidade de controle (Especialmente Após os 40)

3 Passos para Lidar com a necessidade de controle (Especialmente Após os 40)

Para muitas mulheres maduras, a vida aos 40 anos ou mais é marcada pela complexidade: somos profissionais, mães, cuidadoras, e estamos em constante sobrecarga. Tentamos equilibrar todos esses pratos e, naturalmente, buscamos a ordem. Mas o que acontece quando essa busca por ordem se torna uma armadilha? É quando o desejo de ser organizada se transforma na mania de controle.

Estudos mostram que as mulheres são mais propensas a altos níveis de ansiedade e, nesta faixa etária (40 a 62 anos), há uma maior incidência de ansiedade em níveis moderado e grave. A necessidade de controlar tudo é, muitas vezes, uma forma desesperada de tentar acalmar essa ansiedade, buscando uma ilusão de segurança que, na prática, só traz mais estresse.

A chave para a saúde mental está em reconhecer o limite entre a organização saudável e o excesso que adoece.

A Linha Tênue: Organização vs. Controle Excessivo

O controle é uma necessidade fundamental, e planejar a vida é adaptativo. A diferença é que a pessoa organizada sabe que pode apenas controlar suas reações, já que muitas coisas estão "além do nosso alcance ou desejo".

Já a mulher controladora (que sofre com esse comportamento) tenta gerenciar todos os detalhes da própria vida e, muitas vezes, a vida dos outros. Isso gera um grande sofrimento emocional.

Faça sua autoanálise:

 

Onde Você Está? A Mulher Organizada (Forte e Flexível) A Mulher Controladora (Rígida e Esgotada)
Foco de Energia Concentra-se no que está sob o seu domínio (suas ações, reações, seu tempo). Concentra-se no que é incontrolável (as ações e decisões dos outros, o futuro).
Reação à Mudança Aceita desvios e adapta-se rapidamente. Vê o imprevisto como um desafio. Reage com ansiedade intensa, frustração ou raiva. Vê o imprevisto como uma ameaça.
Comportamento com Outros Delega com confiança e aceita que o trabalho do outro seja diferente (não necessariamente pior). Microgerencia, critica e se sobrecarrega, acreditando que só ela é capaz de fazer certo.
Locus de Poder Interno: Sabe que seu poder está no seu esforço e na sua atitude. Externo (Displicente): Tenta forçar os fatores externos a se encaixarem, gerando um Locus de Controle disfuncional.

 

Os passos para gerenciar suas reações

A boa notícia é que você pode aprender a administrar a necessidade de controle, evitando o esgotamento psicológico e os conflitos. O objetivo é buscar o bem-estar de longo prazo.

Passo 1: Aceite a Imperfeição e a Realidade

Você precisa desafiar a crença inflexível de que "deve ser perfeita" ou de que "se eu falhar, sou um fracasso".

  • Aceitação Radical: Permita-se sentir emoções intensas (como tristeza, raiva, ansiedade) sem julgamento. A negação ou repressão só aumenta o sofrimento a longo prazo. Lembre-se: emoções são o custo de se importar.
  • Foque no Progresso, não na Perfeição: Robert Leahy, referência em TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental), defende a "imperfeição bem-sucedida". Aceite que é "tudo bem cometer erros; eles fazem parte do aprendizado". Pequenos passos na direção certa contam.
  • Aceite o Presente: É preciso primeiro aprender a aceitar a realidade como ela é para, depois, pensar em atitudes que podem melhorá-la. Reconheça que suas ações podem não ter o efeito desejado — e, quando isso acontece, pode não haver nada mais que você possa fazer.

Passo 2: Use o Ceticismo Contra Seus Pensamentos

Muitas vezes, a ansiedade se alimenta de pensamentos catastróficos e distorcidos. O modelo cognitivo nos ensina que a depressão e a ansiedade surgem de distorções cognitivas.

  • Questione a Validade: Use o ceticismo como uma ferramenta poderosa para questionar seus pensamentos negativos. Pergunte: "Este pensamento é 100% verdadeiro?" ou "O que aconteceria se eu tivesse alguma dúvida sobre isso?".
  • Separe Pensamento de Fato: Lembre-se de que ter um pensamento não significa que ele é realidade. A terapia cognitiva busca modificar a credibilidade e o impacto desses pensamentos, e não se livrar deles.
  • Coloque em Perspectiva: Aprenda a colocar as situações em perspectiva para diminuir a intensidade da ansiedade e da raiva. Pergunte a si mesma como a situação será vista daqui a cinco anos.

Passo 3: Cultive a Empatia e o Autocuidado Contínuo

O gerenciamento da necessidade de controle também depende de como você se relaciona consigo mesma e com os outros:

  • Pratique a Empatia (e Respeite Limites): Antes de se intrometer ou dar uma sugestão, pergunte-se se é isso que a outra pessoa gostaria de receber. Reconheça que as pessoas têm suas próprias maneiras de lidar com problemas. Não é o que você diz, é o que eles ouvem.
  • Autoconfiança e Autocompaixão: A necessidade de controle pode ter origem na baixa autoestima. Trabalhar a autoconfiança é um processo de longo prazo que envolve enfrentar gradualmente as situações que geram insegurança. Pratique a autocompaixão, tratando a si mesma com gentileza durante as falhas, em vez de recorrer à autocrítica.
  • Faça Revisões Contínuas: A saúde mental e emocional, especialmente na maturidade, exige uma autoavaliação contínua. Monitorar regularmente sua saúde emocional promove um maior senso de bem-estar.

Se você sentir que a ansiedade e o sofrimento são graves ou incapacitantes, buscar a ajuda de uma psicóloga é um passo crucial para entender a razão por trás da sua necessidade de controle, desenvolver estratégias de enfrentamento mais adaptativas (como o autocontrole) e reconstruir sua autoestima.

 

Leia também: 10 passos para desenvolver autoconfiança

Um abraço!

Sheila

 

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