Você já se sentiu no chão? No fundo do poço? Todos nós já passamos por isso. A sensação é de que o mundo parou, mas só para você. Nesses momentos, a única certeza que temos é que recomeçar é necessário, e saber como recomeçar se torna a chave para encontrar um novo caminho.

A pesquisadora Brené Brown dedicou anos estudando o que acontece depois que a gente cai. Ela descobriu que o que nos diferencia não é a capacidade de não cair, mas a coragem de voltar a ficar de pé. Um recomeço não é sobre apagar o passado, mas sobre honrá-lo e usar o que aprendemos para criar uma vida mais autêntica e forte. O livro é bem auto-ajuda, mas gostei da linguagem dela e como conheço o trabalho de pesquisa, vale a pena explorar.

Por quê a gente trava quando cai?

Quando a gente cai, a primeira coisa que aparece é a vergonha. Aquela voz que diz: "A culpa é sua. Você não é bom o suficiente." Essa voz é um peso que nos paralisa e nos faz acreditar que a gente não merece um novo começo.

A vergonha é a cola que nos mantém grudados no chão. Ela nos faz sentir que somos a única pessoa no mundo que falhou. Mas a verdade é que cair é parte de ser humano. O primeiro passo para o recomeço é não deixar que a vergonha te convença do contrário.

Três passos para o recomeço

Brené Brown nos deu um mapa para essa jornada, e ele é mais simples do que parece:

1. O acerto de contas com a queda. A primeira coisa é encarar a realidade de frente. Pare de fugir do que aconteceu. Sinta a dor, a raiva, a tristeza. Dê um nome para o que você está sentindo, mas não deixe que isso te defina. É como tirar o band-aid de uma ferida: dói por um segundo, mas é o primeiro passo para a cura.
2. A luta para reescrever a sua história. Depois de sentir, é hora de lutar. E a luta é contra a história que a vergonha te contou. Sabe aquela história de "Eu fracassei" ou "Eu não sou capaz"? Desafie-a. Reescreva-a. A nova história não esconde a queda, mas a usa como aprendizado. Mude o foco de "Eu falhei" para "Eu caí, mas aprendi muito sobre mim e o que realmente importa".
3. A volta por cima. Esse é o momento de colocar a nova história em ação. A volta por cima não é um evento mágico, é uma escolha diária de viver de acordo com a pessoa que você se tornou depois da queda. Exemplos de recomeços podem ser:
   • Depois de um divórcio, se permitir amar de novo, aceitar novos convites sociais e se reconectar com quem você é.
   • Após ser demitido, buscar um trabalho que realmente te complete, aceitar um novo desafio ou, quem sabe, começar um negócio próprio.
   • Depois de uma grande decepção, se permitir confiar em novas pessoas, criar um novo projeto e descobrir um novo hobby que te traga alegria.

Um recomeço não é sobre esquecer o passado, mas sobre transformá-lo. As marcas das quedas viram cicatrizes, e as cicatrizes são símbolos de força e sabedoria.

Você tem a capacidade de se reerguer e escrever uma história ainda melhor. Dê a si mesmo a permissão para começar de novo.

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Um abraço!

Sheila de Oliveira

Psicóloga e Mentora